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Um mundo (des)igual



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Olinda, 25/07/2014

-Você deve comparecer à secretaria para ver a sua bolsa e saber se você tem competência para entrar na nossa escola.
- Ok. Muito obrigada, irei comparecer.
~tempo mais tarde ~
-oh Carlos, só espero ser aceita nessa escola, é o meu sonho e... Ai caramba, eu esqueci de comprar o remédio da mãe, vamos na farmácia rápido.
-Calma Carla, se eu correr tanto assim de moto eu vou acabar sendo preso.
- Desculpa.
(Na entrada da farmácia, ao pegar a bolsa para conferir o remédio certo ela acabou por ser vigiada pelo farmacêutico, seu irmão lá fora à esperava com pressa.)
farmacêutico: - Moça por favor, preciso olhar sua bolsa.
(Carla com um olhar de indignação retruca.)
- Mas como assim? estou com pressa tentando achar o remédio da minha mãe, e você acha que eu estou roubando?
- São normas para nós proteger, você está muito desconfiada preciso olhar sua bolsa agora, se não chamarei a polícia.
(Seu irmão escuta e furioso corre a seu encontro para falar com o tal Farmacêutico.)
Está maluco? vai chamar a polícia pra quê? deixa minha irmã em paz, otário!
- Senhor se afaste daqui se não chamarei a polícia.
- vamos embora Carla, agora.
(Seguem viajem saindo da farmácia sem o remédio de sua mãe, Carla apreensiva por não conseguir encontrar o remédio que sua mãe tanto precisa.)
Chegando em casa ela observa algo estranho, sua mãe, que por muito tempo não saia, da cama não está lá.
Procurou em todos os cantos e nada, o que Diabos aconteceu ali?
Carlos liga pra seu tio, o parente mais próximo que tem. O mesmo fala que a mãe se encontra na sua casa, pois acontecera um certo incidente. Logo após a ligação, Carla e seu irmão vão direto para casa de seu tio. Chegando lá, todos com tristeza no olhar falam:
- Entrem; vocês precisam ajudar a mãe de vocês! ela não está nada bem.

-Sinto-me bastante fraca, preciso ir ao hospital, minha cabeça dói.

(Carla e seu irmão já muito tristes e exaustos, erguem a cabeça e conseguem levar sua mãe ao hospital mais próximo com ajuda de vizinhos.
Moço, pelo amor de Deus me ajude, minha mãe não pode morrer!
- Senhora você precisa esperar, ninguém quer morrer aqui, vá fazer uma ficha.

(Carla passará a noite toda a esperar e, ao despertar de manhã, lembra de sua entrevista com a secretária da escola.)

Médico: - Boa noite, são parentes da senhora Suzana da silva?

Ambos responderam, sim!

Médico: -O Tumor Cerebral está extremamente avançado. Comprimindo seu lobo frontal e pode romper a qualquer momento.
-O que faremos Carlos? ele quer transferir ela para outro hospital particular, mas não temos se quer 100 reais.
- Carla calma, vamos conversar com o nosso tio.
~Horas depois~

Ela foi até a sala que a mãe estava. Compartilhava o quarto com várias pessoas. Correndo o risco da doença se agravar mais.
Carla se aproximou da mãe desacordada, era tudo que ela tinha na vida.
~No dia seguinte~

Carla sai às pressas para conseguir sua entrevista, pegou o ônibus em direção ao local e 25 minutos depois chegará ela.
Você se atrasou Carla. - diz o diretor que a entrevistou anteriormente.
-S.George eu sinto muito, tive um imprevisto.
- A secretária a espera.
- Obrigada. - Carla sai apressadamente em direção à secretaria.
(Depois de muita conversa Carla consegue sua vaga na faculdade de Medicina e, extremamente feliz, sai da secretaria.)
Liga desesperada para seu irmão para dar a notícia.
-Oi Carla, como foi aí? - fala seu irmão com o ar de tristeza.
-Carlos, Carlos, eu passei!! - diz ela eufórica.
- Nossa, meus parabéns, meu amor, estou tão feliz por você... - O telefone cai e desliga a ligação.
-Alô? Carlos? cadê você? Atende! - Diz Carla apreensiva.
(Saiu de lá e foi direto ao hospital ver sua mãe que estava internada.)
- Carla vem pra cá agora! - liga Carlos em prantos.
- Já estou chegando. Calma!
(Chegando no hospital, Carla se dirige à sala de sua mãe e percebe a maca sendo levada para a sala vermelha.
Minutos depois ela recebe a deplorável notícia que mãe veio a óbito.)

- Mãe, minha preta linda. Eu vou honrar tudo que a senhora me ensinou, dar muito orgulho e sei que por onde a senhora estiver, levarei seu nome. Sua filha passou em medicina, sua filha será uma médica. Eu te amo mãe.

~Meses depois~
-Olá! me chamo Carla. Posso cuidar do seu ferimento?
-Mas.. Cadê o médico? - Diz o homem que está no pronto-socorro.
-Senhor, eu sou a médica. - Diz Carla.
-Assim?! desse jeito? - indaga o senhor.
- Assim como senhor, o que você está tentando explicar? – Fala Carla indignada.
- Você não pode ser médica, médico não é assim. - Fala o senhor se referindo a cor de pele de Carla.
- Meu senhor, eu sou médica sim! E posso ser o que eu quiser, agora deixe eu cuidar do seu ferimento. - já sem paciência, Carla se refere.
- Não! Quero um médico.
-Ok senhor, irei chamar. -
Carla se retira do pronto-socorro e vai até recepção chamar o Dr. Paulo Henrique.
- Dr. Paulo, por gentileza, você pode comparecer ao pronto-socorro?
- O Dr. Paulo Henrique já irá atendê-lo.
Dr. Paulo Henrique era um homem de 32 anos, negro e de periferia, amigo da Dr.Carla.
-Olá senhor o que deseja? - diz Paulo Henrique se referindo ao senhor.
-Mas será possível que não existe um médico de verdade aqui?! Tem certeza que você não é um maqueiro ou da limpeza?
-Haha, muito engraçado senhor. Não, eu sou médico sim, pode ter certeza, e se não quiser ser atendido por mim ou pela excelente Dr. Carla, você pode se retirar, ir a outro hospital, mas seu ferimento irá piorar.
(O senhor, com um olhar desconfiado e preconceituoso, levanta-se para se retirar.
Mas, ao se levantar, seu joelho, o qual estava congestionado, acaba por se romper e quebrar ali mesmo.
Dr.Carla o segura e com ajuda do Dr. Paulo Henrique levam para ajudá-lo.)
 
Tempos depois Carla sai para almoçar e não esquece o que aquele senhor falou para ela. Não era a primeira vez que ela passava por isso. Uma mulher preta de periferia, com tantos sonhos, mas com um mundo cheio de ódio. Ela sempre passou por situações assim, sendo médica ou não.

Depois que Carla retorna ao hospital, o senhor estava aos prantos com muita dor. Ela corre para ajudá-lo e dar um jeito na situação.
Depois de um tempo, o senhor já está no quarto de hospital repousando, Carla cumpriu sua missão e salvou a vida do homem.

Ao despertar, o senhor chama Carla para uma conversa.

- Queria me desculpar por ser tão preconceituoso e não valorizar seu trabalho, muito obrigado por salvar minha vida. Você é uma mulher muito guerreira.
- Obrigada senhor, só fiz o meu trabalho.
E, por fim, Carla segue até o final do seu plantão, pensando em como salvou uma vida e mudou uma alma.

Grupo composto por - Allana Ximenes, Laiza Mariana, Rita de Cássia e Isabelly regina.

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